Volta Redonda quer ampliar atendimento às mulheres vítimas de violência

Volta Redonda quer ampliar atendimento às mulheres vítimas de violência

Prefeitura estuda ampliação da Patrulha Maria da Penha; Samuca diz que o combate à violência depende da união das forças dos poderes públicos

 

Em média, duas mulheres em Volta Redonda sofrem violência física por dia e que geram medidas protetivas da Justiça a favor da vítima. Os dados são da Secretaria Municipal da Mulher, Idoso e Direitos Humanos. Setembro a secretaria registrou 12 novos casos. Os agressores são enquadrados na Lei Federal Maria da Penha, que completa 11 anos em 2017.

 

Nesses nove primeiros meses do ano, foram 95 novos casos e 374 atendimentos continuados realizados pela pasta, totalizando 469. Diante dos dados, o enfrentamento da violência contra mulheres foi tema de uma reunião nesta semana do prefeito de Volta Redonda, Samuca Silva, com a secretária da pasta, Dayse Penna, além da Guarda Municipal e representantes do Hospital São João Batista. A unidade médica é a principal porta de entrada dessas mulheres agredidas e logo são comunicadas para a secretaria.

“Os dados aumentaram porque, agora, a Justiça está confiando mais no trabalho da secretaria e as mulheres estão tendo mais coragem para denunciar os agressores. Estamos nos tornando referência no estado, inclusive o ISP (Instituto de Segurança Pública), que enviou representantes para conhecer os projetos da secretaria”, explica Dayse Penna.

O Governo Municipal está estudando a possibilidade de criar mais uma Patrulha Maria da Pena em Volta Redonda. “O que a população espera de nós é a união das forças do Executivo, do Legislativo, do Judiciário, da polícia e da sociedade. Uma visão multidisciplinar para tratar do assunto, tão sério e complexo”, ressaltou o prefeito, que determinou à secretária Dayse Penna a formação de um grupo de trabalho, convidando representantes de cada setor envolvido para discutir assunto.

Álcool, drogas e ciúmes

O ciúme, o álcool e a droga continuam sendo apontados como os principais agentes causadores de violência contra mulheres, conforme pesquisa recente realizada pelo Senado Federal. Isso não é diferente em Volta Redonda.

“Fui casada por 10 anos e, numa bebedeira de final de semana, meu ex-marido me deu um soco e um tapa em frente dos meus amigos. Isso foi a gota d’água para o fim casamento. Antes, ele já fazia várias agressões verbais, me humilhando. Mas eu relevava por causa dos meus filhos”, relatou a mulher de 48 anos, moradora do bairro São Luiz, que preferiu o anonimato.

De acordo com os dados da prefeitura, em setembro, seis mulheres de Volta Redonda tiveram que deixar a cidade por conta das ameaças dos ex-companheiros após a agressão física. As vítimas tiveram que morar em casas de parente fora do município por questões de segurança.

Por conta desta relação entre a violência e o álcool-droga, o prefeito Samuca Silva também determinou que Ricardo Cunha, da Coordenadoria Municipal Prevenção as Drogas, participe do grupo de trabalho. “Não podemos fechar os olhos para um problema tão sério, que atinge centenas de famílias. Precisamos fazer nossa parte como governo”, finalizou o prefeito de Volta Redonda.

Confira os dados de violência contra as mulheres em 2017.

Janeiro:

Novas medidas protetivas: 13

Atendimento continuado: 21

 

Fevereiro:

Novas medidas protetivas: 09

Atendimento continuado: 27

 

Março:

Novas medidas protetivas: 07

Atendimento continuado: 31

 

Abril:

Novas medidas protetivas: 04

Atendimento continuado: 54

 

Maio:

Novas medidas protetivas: 10

Atendimento continuado: 20

 

Junho:

Novas medidas protetivas: 09

Atendimento continuado: 44

 

Julho

Novas medidas protetivas: 12

Atendimento continuado: 48

 

Agosto:

Novas medidas protetivas: 19

Atendimento continuado: 59

 

Setembro:

Novas medidas protetivas: 12

Atendimento continuado: 70

 

Por André Aquino, com foto Gabriel Borges / Secom VR

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